19 junho 2015

Cinema documento

O cinema e a exploração

Para Bazin, nesse gênero o filme não é "nem sequer o principal documento que traz para o público as realidades da expedição. (...) Aliás, o filme é antes concebido como uma conferência ilustrada, na qual a presença e a fala do conferencista-testemunha completa e autentica perpetuamente a imagem". (BAZIN, 2014, p. 50)


The Great White Silence - Herbert G Ponting, 1924




Africa Speaks - Paul Louis Hoefler e Walter Futter, 1930




Kon-Tiki - Thor Heyerdahl, 1950

Para Bazin, o mais belo dos filmes desse gênero, mas ele não existe!



Kon-Tiki apresenta o registro da "extraordinária aventura de alguns jovens eruditos noruegueses e suecos decididos a provar que, ao contrário das hipóteses científicas geralmente admitidas, o povoamento da Polinésia podia ter sido feito por migrações marítimas do leste ao oeste, isto é, a partir da costa do Peru". (BAZIN, 2014, p. 54)

Ainda de acordo com Bazin, "como o objetivo do empreendimento não era de modo algum, sequer secundariamente, fazer um filme de expedição, as condições de filmagens eram as piores possíveis. (...) E no entanto... Kon-Tik é admirável e comovente. Por quê? Porque sua realização se identifica totalmente com a ação que ele relata com tanta imperfeição; porque ele é apenas um aspecto da aventura! As imagens desfocadas e tremidas são como a memória objetiva dos atores do drama". (BAZIN, 2014, p. 55)

trailer de Kon-Tik em inglês